5 motivos para investir em educação socioemocional

A educação socioemocional é uma abordagem curricular ampla que contempla todo o ciclo escolar do estudante, partindo de uma proposta integral que visa desenvolver não apenas os conteúdos tradicionais, mas também os fatores sociais e emocionais envolvidos nos processos de ensino e de aprendizagem.

Para quem ainda não conhece a educação socioemocional, selecionamos a seguir uma exposição de cinco motivos que mostram porque essa abordagem é tão relevante. E para exemplificar como ela funciona na prática, incluímos também depoimentos de escolas e famílias que contam como ressignificaram seu entendimento sobre a educação de crianças e adolescentes. Confira:

1. Mais conexão com alunos e famílias 

Engajar estudantes e suas famílias é um desafio constante das escolas e um dos principais benefícios da educação socioemocional é contribuir com esse ponto. Em instituições que investem a fundo nessa abordagem, é bastante comum encontrar relatos de maior aproximação dos membros da comunidade escolar e mais diálogo entre professores, gestores, pais, mães e demais responsáveis.

Nessas escolas, a sensação de pertencimento se dá não por causa de atividades pontuais, como festas ou eventos, mas sim pela construção de um pilar socioemocional permanente e alinhado ao propósito pedagógico. Com essa perspectiva, elas investem na formação de seus educadores, em materiais adequados à cada faixa etária e parcerias com programas de referência, que contribuem para que esses conceitos se tornem uma realidade.

Com o programa LIV, por exemplo, apoiamos mais de 350 escolas na implantação desse pilar de educação socioemocional, fornecendo capacitação para que os educadores e gestores estejam aptos a colocar os conceitos em prática e, desse modo, aproximar ainda mais seus alunos e famílias.

Nesse sentido, juntos a mães, pais e responsáveis, o material oferece um convite para que possam, em diferentes oportunidades do dia a dia, participar de momentos compartilhados com seus filhos e filhas. Por isso, o programa oferece jogos, sugestões de leituras e filmes para ver junto, além de um conjunto de ideias para atividades que as famílias podem escolher fazer nos momentos que julgarem mais apropriados.

Além disso, para aqueles pais e mães que desejam se aprofundar mais no tema da educação socioemocional, o LIV fornece material de leitura complementar e conteúdos digitais em um aplicativo exclusivo, permitindo o estudo mais aprofundado, e respeitando o tempo de cada família.

Michelle Kauffmann é uma mãe com um filho em idade escolar que relata o impacto positivo do material na sua relação com a escola e com o aprendizado do menino. Em depoimento ao LIV, ela contou um pouco sobre essa experiência:

“Como mãe, eu vejo que existe hoje uma necessidade de um estudo particular, pois um dos desafios da maternidade e paternidade nesse momento é perceber que não dá mais para ser pai e mãe sem estudar, sem ler e se informar. Essa ideia do instinto é maravilhosa, mas tem coisas que não fizeram parte da nossa geração e que a gente precisa estar mais apto para poder ajudar nossos filhos a se desenvolverem. Essa questão no âmbito familiar é muito interessante porque ela dispara nos pais uma forma de estudar, de melhorar, de perceber como podem espelhar o que está sendo desenvolvido na escola. O material do LIV é muito bacana para os pais lerem, se aprofundarem no tema e entenderem como lidar. Hoje em dia, nem a escola educa totalmente, nem a família, é uma parceria. E quando você tem uma literatura comum, ajuda a fortalecer. Em casa, a gente fala de uma forma que é compatível com a escola, isso ajuda a criar um mecanismo de segurança para a criança saber que aquilo é uma base comum. Como mãe, eu sou muito feliz de ter esse material para eu ler, melhorar e conseguir desenvolver essas potencialidades.”

2. Educação socioemocional contribui para a resolução de conflitos

Questões como bullying, conflitos e agressividade são fatores de preocupação tanto das escolas quanto das famílias. Entretanto, não é incomum escutar relatos sobre como a educação socioemocional contribui para a redução desses aspectos.

Em conversas com escolas parceiras do LIV, por exemplo, tem sido evidenciado que o combate mais eficaz a essas formas de violência é possível com um trabalho consistente e constante. Nesse sentido, em vez de refutar o assunto, os estudantes podem abordá-lo a partir de diferentes prismas.

Ana Carolina de Melo Silva e Silva, coordenadora pedagógica e professora de LIV no Colégio Batista de Itabuna (BA), é uma das educadoras a destacar esses aspectos:

“Em nossa escola, sempre oferecíamos aos alunos e às famílias palestras visando combater o bullying e outras violências. Depois do LIV, porém, passamos a falar sobre essas temáticas de forma mais consistente. […] Antes eu resolvia as questões de bullying quando os alunos chegavam para conversar comigo particularmente. Eu os chamava, conversava e recorria aos pais para resolver a situação. Agora, quando estou em sala com eles usando o LIV, nós temos rodas de conversa abertas sobre esse e outros assuntos”.

Em linhas gerais, o programa LIV oferece suporte para que escolas, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, possam incluir em sua grade curricular ações voltadas para o desenvolvimento da inteligência emocional e de habilidades socioemocionais, como pensamento crítico, proatividade, comunicação, bem como o incentivo à empatia e à escuta.

De acordo com Ana Carolina, é o suporte recebido da equipe LIV que permite ao colégio entender e dar outros encaminhamentos para temas como o bullying, contando com a participação ativa dos estudantes a partir de uma perspectiva socioemocional. 

“O programa oferece um suporte muito grande. Eu não sabia como lidar com certas questões. Como educadora, eu penso, por exemplo, que as notas são secundárias. Eu me importo com o ser humano, esse é meu pensamento. O LIV ofereceu um conhecimento que eu não tinha, com temas que pude estudar e aprofundar, além de um suporte com questões que antes eu não sabia como abordar. Todos os pais comentam comigo quando têm oportunidade sobre o suporte emocional que os filhos estão recebendo nas aulas”.

3. Currículo atualizado: BNCC

As duas últimas grandes atualizações curriculares no Brasil inseriram a educação socioemocional no currículo obrigatório da Educação Básica.

A primeira foi a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que inseriu as chamadas competências gerais dentre as aprendizagens essenciais do currículo nacionalIsso significa que, para além dos conteúdos curriculares tradicionais, como Matemática, Linguagens e Ciências, dentre outros, as escolas precisam promover habilidades socioemocionais visando um amplo desenvolvimento do estudante.

Segundo o texto da lei, ter competências gerais significa “mobilizar conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.

Mais recentemente, as escolas também vêm se adequando para ofertar o chamado Novo Ensino Médio, que amplia a BNCC para esse segmento, trazendo uma nova abordagem para os alunos adolescentes. Assim, para além das aprendizagens comuns e obrigatórias, eles poderão escolher se aprofundar em áreas que se relacionam com seus interesses, exigindo mais protagonismo e autonomia.

Nesse sentido, contar com um currículo de educação socioemocional possibilita às escolas se adequarem a esse cenário proporcionando aos estudantes um ensino significativo e atualizado.

E para falar um pouco mais sobre o impacto de ter um currículo socioemocional, selecionamos o depoimento de Silvio Panteleão, gestor das unidades Linhares e Colatina do Centro de Ensino Charles Darwin, no Espírito Santo. Assista abaixo:

4. Educação socioemocional e competências para a vida

Embora aqui estejamos falando da educação socioemocional principalmente no contexto escolar, é importante ressaltar seus benefícios para além das aulas. Isso porque uma proposta de ensino integral que contempla essas questões contribui para o desenvolvimento das chamadas competências socioemocionais. Elas englobam, dentre outras, habilidades como perseverança, comunicação, colaboração e pensamento crítico, que repercutem em diferentes campos da vida.

Também chamadas de soft skills, essas habilidades, por muitos anos, foram vistas como secundárias, em detrimento dos conhecimentos técnicos e específicos de cada disciplina, especialmente no âmbito da educação e do mercado de trabalho. Na última década, porém, o rápido avanço da ciência e da tecnologia, bem como a ampliação da automação nos postos de trabalho, fez com que organizações de representação global, como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e o Fórum Econômico Mundial, dentre outras, passassem a alertar escolas e corporações a ampliar seu escopo e atentar mais para essas habilidades antes menos valorizadas.

Essa mudança de enfoque tem diferentes origens, mas grande parte está relacionada com a conclusão de inúmeros pesquisadores mostrando em seus estudos que o conceito de bem-estar humano envolve mais do que apenas o acesso a recursos materiais, como riqueza, empregos, rendimentos e moradia.

Um exemplo é o estudo da OCDE “O futuro da educação e das habilidades para 2030”, mostrando que o bem-estar individual e coletivo também está relacionado à qualidade de vida, incluindo saúde, conexões sociais, educação, segurança, satisfação com a vida pessoal e com o meio ambiente.

De acordo com a publicação, a educação escolar tem um papel vital no desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que permitem às pessoas contribuir e se beneficiar de um futuro inclusivo e sustentável. Por isso, aprender a formar metas claras e objetivas, trabalhar com pessoas que tenham perspectivas diferentes, encontrar oportunidades inexploradas e identificar múltiplas soluções para grandes problemas já é essencial atualmente e será ainda mais necessário nos próximos anos.

Para ilustrar um pouco sobre como o socioemocional impacta para além da vida escolar, selecionamos uma palestra do ex-treinador de vôlei, economista e empresário Bernardinho sobre sua jornada de superação e sobre como as habilidades socioemocionais contribuíram para que ele pudesse lidar com as frustrações:

5. Investir na saúde mental das comunidades escolares

Outro benefício de um projeto voltado para a educação socioemocional é a possibilidade de as escolas oferecerem um olhar mais atencioso para a saúde mental de seus alunos e colaboradores.

Um programa com essa abordagem possibilita a criação de espaços de escuta, momentos de acolhimento e atividades constantes para promover mais empatia, diálogo e colaboração aos membros de uma comunidade escolar.

As escolas parceiras do programa LIV, por exemplo, têm encontrado nos materiais de referência e nas formações, junto ao time pedagógico, a possibilidade de aprofundar-se nessa questão, seja no ambiente presencial ou on-line. Além de beneficiar os estudantes, essas ações também favorecem a saúde mental dos adultos, com abordagens específicas para educadores e para as famílias.

A seguir, você pode assistir ao relato de Eveline Ribeiro, psicóloga e professora do CEI Romualdo, em Natal, no Rio Grande do Norte, que fala um pouco sobre o impacto da educação socioemocional na saúde mental:

Escrito por: inteligenciadevida.com.br