Quem viaja de avião sempre ouve a explanação dos comissários de bordo sobre, em caso de emergência, as máscaras de oxigênio devem ser colocadas primeiramente nos adultos. Depois, eles colocam nas crianças. É uma analogia simples a respeito de quanto o acolhimento, a aprendizagem socioemocional e a empatia devem ser internalizadas pelos professores, para que eles possam conseguir desenvolver um bom trabalho na escola.
A automação e o avanço rápido da tecnologia ocasionaram diversas mudanças na vida de todos. No mercado de trabalho, passou-se a valorizar as habilidades socioemocionais muito mais. O que antes era apenas uma tendência, com a Pandemia do Coronavírus virou realidade.
E de forma muito intensa, principalmente, entre os professores que hoje em dia precisam enfrentar um contexto bem diferente daquele que vivenciavam há alguns anos.
A escola hoje em dia deve ter consciência de que somente professores com formação aprofundada no socioemocional estão devidamente preparados para desenvolver determinadas competências nos alunos.
Empatia: capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa
A empatia é uma das competências socioemocionais mais importantes na escola. Trata-se de um conceito que vai além da capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. É a capacidade de compreender sentimentos e emoções e agir sobre.
Ouvir sem julgar, reconhecer diferentes perspectivas e sempre oferecer ajuda são formas de exercer a empatia. Este é o melhor meio de acolhimento que pode haver no ambiente da escola.
Quando os professores conseguem entender bem seus alunos, reconhecendo suas próprias angústias e oferecendo o suporte emocional adequado, as aprendizagens socioemocionais ocorrem como consequência natural.
Como habilidade que vai sendo desenvolvida ao longo da vida ao se relacionar com quem se convive, a empatia deve ser prioritariamente trabalhada já na Educação Infantil. Por meio de atividades que promovam o reconhecimento e o entendimento das emoções.
Neste sentido, o corpo docente da escola deve estar a serviço dos alunos, se colocando disponível. Professores precisam de preparo para apresentar uma preocupação genuína com o diálogo. De modo a solucionar conflitos e problemas mais facilmente.
Vale lembrar que praticar e incentivar a empatia na escola é também ferramenta de prevenção e combate do bullying. Isso ocorre porque os estudantes se aproximam e passam a encarar as diferenças positivamente. Substituindo a violência pelo coleguismo.
Aprendizagem e acolhimento
O grande objetivo da escola é a aprendizagem, certo? Então, a inteligência emocional é um aspecto fundamental, paralelamente às relações afetivas e a saúde mental. Não há ensino e aprendizado se os educadores não estiverem com este fator em dia.
A escola, por sua vez, tem como lição de casa fazer um plano de ação que contemple a adaptação. A primeira etapa deve ser um amplo diagnóstico que mostre, agora com o devido período de distanciamento do fato, quais foram as perdas ocorridas durante a Pandemia e no pós-pandemia.
Depois, é hora de revisar os conteúdos curriculares. A reestruturação da escola exige, ainda, que espaços qualificados de acolhimento sejam priorizados.
Toda esta atividade não é realizada de forma isolada. É necessário ouvir e incluir pais e demais familiares. Somente um processo de colaboração traz resultados positivos. Afinal, é a família que age sobre as angústias, incertezas, ansiedades e demais dificuldades emocionais durante o período em que os alunos se desenvolvem em casa.
Processo de aprendizagem também depende de motivação
Você sabia que a motivação está entre os aspectos que mais influenciam o comportamento humano para realização de objetivos? No processo de aprendizagem, não é diferente. A motivação para aprender depende das competências socioemocionais do aluno. E somente a formação integral do professor e dos estudantes é capaz de desenvolvê-las.
De acordo com especialistas em Educação, as competências socioemocionais são alavancas para motivação nos ambientes educacionais.
A ciência já comprovou que a vontade e a motivação para aprender estão diretamente relacionadas às aprendizagens, na medida em que é isso que impulsiona o estudante a direcionar suas atitudes rumo ao seu desenvolvimento. Tanto em áreas cognitivas como linguagem, pensamento, memória e raciocínio, quanto nas competências socioemocionais que auxiliam o relacionamento com os outros e consigo mesmo.
Aprendizagem socioemocional como aliada para superar os momentos de crise na escola: o que discutir com os alunos?
Para facilitar esta jornada, exemplificamos aqui alguns temas relacionados às competências socioemocionais que podem ser trabalhados na escola:
- Amabilidade: base para empatia e escuta empática.
- Autogestão: organização, disciplina, persistência, plano de estudos e rotina, autonomia.
- Engajamento: ações sociais, protagonismo, consciência social e cidadania.
- Resiliência emocional: reconhecer e identificar emoções, aprender a lidar com elas, autorregulação, tolerância a frustrações e estresse, ansiedade e culpa.
- Abertura ao novo: adaptabilidade, conviver com imprevisibilidades, criatividade.
- Projeto de vida: reflexões pessoais sobre os próprios sonhos e o futuro, autoconsciência, autoconhecimento, autocuidado.
Os formatos para a implementação destes temas no dia a dia da escola variam bastante. Vão desde grupos de acolhimento, comunicação com as famílias em grupos de WhatsApp ou outro canal, passando pelas plataformas digitais, encontros online como lives, rodas de conversa e oficinas até reuniões individuais com aqueles que precisam de maior acompanhamento até conteúdos orientativos como vídeos, podcasts, e-books e áudios.
Professores bem-preparados para essa nova missão
O papel do professor na escola se ampliou e ganhou complexidade. Hoje, eles precisam se desenvolver para poder conversar com os alunos sobre sentimentos e emoções, ressaltando a importância do acolhimento. Assim, eles passam a compreender que os indivíduos têm opiniões diferentes sobre os mesmos fatos.
Mas, como criar espaços de diálogo, troca de percepções e ensinar a lidar com as emoções em situações tão diversas quanto os próprios alunos? Como saber conversar sobre sentimentos, algo tão abstrato e, ao mesmo tempo, difícil de ser expressado em palavras?
O caminho está na educação socioemocional do professor. A qualidade pedagógica depende da formação deles. O curso de pós-graduação voltado à inteligência emocional na educação é uma ótima alternativa.
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