Como lidar com o crescimento da violência? Quais as competências socioemocionais necessárias à apaziguamento da rotina escolar? O que deve ser feito para implementar a educação para a paz?
Há 5 anos está em vigor a Lei número 13.663, que incluiu a promoção da cultura de paz e da não violência nas escolas. Mesmo assim, o bullying e fatos tão ou ainda mais graves têm sido muito comuns nos estabelecimentos de ensino.
Os episódios de violência e ameaças ganham força em todo o Brasil. E na mesma proporção, aumentam os debates sobre como gerenciar para mudar este quadro preocupante.
Cultura de paz como conjunto de valores
Pais de alunos, estudantes, professores, diretores, coordenadores, administradores públicos podem divergir em alguns pontos. Mas há um ponto em comum: toda a comunidade escolar acredita que trabalhar com a cultura de paz nas escolas é uma forma de reduzir a violência.
Promover o respeito e a inclusão da diversidade, fortalecendo o consentimento de todos serem o que são e os demais direitos humanos é a melhor saída. Somente quando as atividades que trabalham a cultura de paz nas escolas se multiplicarem por todos os cantos do País, estaremos mais perto do resultado esperado.
Comentamos sobre a Legislação brasileira que trata este tema, mas é importante salientar também que desde 2004, a Organização das Nações Unidas, a ONU, especificou o real significado da cultura de paz, que é:
“Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados: no respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; no pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; no compromisso com a solução pacífica dos conflitos; nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futuras; no respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; no respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz.”
Espaços sem desrespeito, sofrimento e violência
Para resolver um problema da Educação, mais educação. É aí que entra o conceito socioemocional, que leva ao entendimento que tanto os educadores, quanto os alunos precisam se desenvolver nas chamadas competências socioemocionais. A rotina escolar estará livre da violência quando a sociedade alcançar o almejado equilíbrio emocional.
Valores como respeito, cooperação genuína, ética, convivência amigável, empatia e diálogo são de fundamental importância para a vida em sociedade em todos os âmbitos. Porém, infelizmente, o que vimos nos últimos anos, foi o distanciamento disso tudo. Sendo que o avanço da tecnologia é apenas um dos fatores que tornaram as relações humanas mais complexas.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também defende que a cultura de paz nas escolas deve ser trabalhada. Portanto, está mais do que na hora de arregaçar as mangas. Como? Aumentando a dedicação e os esforços no sentido de fortalecer um sistema que vise a promoção de um ambiente de respeito. No qual as diferenças não sejam alvo de exclusão. Mas passem a ser vistas como uma riqueza. O intuito é estabelecer espaços onde não haja, desrespeito, sofrimento e violência.
Educação socioemocional fortalece educação para a paz
Na rotina escolar e no dia a dia do professor na escola, há diversas intervenções socioemocionais que podem contribuir para a paz. Mas antes de mais nada é preciso compreender direito o que são e quais são as competências socioemocionais.
E como elas envolvem o estudo das emoções. Vale lembrar que até recentemente, era comum vermos as emoções sendo abordadas por meio de várias perspectivas na Neuropsicologia, Biologia, Psicopedagogia, Psicologia, Psiquiatria e Cultura. No entanto, como objeto de estudo, as competências socioemocionais chegam no cenário escolar.
Afinal, elas também estão presentes em todas as 10 competências gerais das novas diretrizes propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). E na proposta de Educação para o século 21 da UNESCO).
Desde 2020, todas as escolas contemplam as competências socioemocionais em seus currículos. A educação socioemocional, como processo de entendimento e manejo das emoções, enfrenta vários desafios. Porque já é bastante árduo trabalhar as habilidades cognitivas e acadêmicas nestes ambientes.
Mas investir em competências socioemocionais beneficia os professores e os alunos. Na medida em que melhoram o desempenho escolar de modo geral e impactam diretamente na qualidade da vida em sociedade.
Intervenções socioemocionais que contribuem para a paz
Muitos apenas relacionam o desenvolvimento das competências socioemocionais à violência do bullying. Claro que este conjunto de ações intencionais e repetidas entre os alunos causa diversos danos e deve ser tratado. Mas não somente este.
As situações que atrapalham e incomodam as ordens física e psicológica – acarretando traumas que, muitas vezes, as vítimas acabam levando para o resto da vida -, são muitas. E o corpo docente deve estar preparado para identificá-las na rotina escolar.
As competências socioemocionais que incluem autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável precisam ser utilizadas sempre que um estudante traz problemas de casa à escola. Seja falta de atenção dos pais, excesso de brigas no lar ou problemas como alcoolismo e desemprego na família.
Uma vez identificadas estas situações, é hora de implementar certas ações no dia a dia da escola e no momento de planejar as aulas e atividades. É no âmbito da educação socioemocional que o professor vai considerar, desenvolver e aprimorar as competências e habilidades dos alunos em aspectos sociais e emocionais, ao estimular o autoconhecimento, a criatividade, a resiliência, a empatia, o pensamento crítico, a colaboração e a resolução de conflitos.
Professores graduados ganham conhecimento
Os educadores encaram grandes desafios em relação ao comportamento das estudantes. Muitos apresentam atitudes inadequadas devido às necessidades não atendidas pela família e pela sociedade.
As lideranças escolares também são alvo da violência. Hoje já se sabe que o Brasil lidera o ranking de agressões contra docentes. Nestes casos, os alunos são autores de ações injustas ou transgressoras
O uso de punições é uma forma de defesa. Porém, a ideologia da violência acaba por ocultar aquilo que ela mesma tem de irracional e inaceitável, valorizando-a positivamente. Como disse Gandhi, “não se pode construir a paz sobre os alicerces do medo”.
É por isso, que o Instituto Signativo oferece o curso de pós-graduação em Inteligência Emocional, voltado para educadores, professores da educação básica, gestores, pedagogos, psicopedagogos, pais e demais interessados.
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