Pedagogia da Consciência

Este material é para você “provar um gostinho” da Pedagogia da Consciência! Você se identifica com alguma dessas cenas? Já se viu falando (ou ouvindo) alguma coisa parecida, no meio de colegas professores? Vamos aproveitar e refletir sobre alguns dos temas que iremos aprofundar em breve.

O SER HUMANO CONTEMPORÂNEO

As novas gerações estão imersas, cada vez mais, em um mundo mediado pelas tecnologias, especialmente as conectadas em rede. Assim, nós, enquanto professores, precisamos refletir sobre nossas práticas pedagógicas nesse contexto tecnológico. É fundamental pensar em uma metodologia para uma prática de educação libertadora, uma pedagogia da consciência, na formação de um novo profissional do ensino, de um novo ambiente educacional e de pessoas que, estimuladas por esses ambientes escolares, possam exercer sua criatividade e protagonismo, para que, assim, esses sujeitos possam desenvolver o máximo de seu potencial. Cada proposta educacional deve ser pensada considerando a realidade em que será realizada, as necessidades do grupo, as demandas do mundo, os sujeitos envolvidos. 

O QUE DESEJAMOS PARA O FUTURO?

Estamos atentos ao ser humano do futuro: aquele que é formado no presente, mas que precisa desenvolver as habilidades e competências que o futuro exigirá dele. Essa visão acerca da educação está em sintonia com a lei máxima da educação brasileira, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (93.94/96): “A educação, […], tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O Instituto Signativo busca “inspirar a escola criativa e inovadora, apoiando indivíduos em seu caminho de autodesenvolvimento”. 

Considera-se toda a complexidade da formação desse sujeito, tanto de forma interna, quanto externa.

  • Autoconhecimento
  • Independência emocional
  • Autonomia
  • Criatividade

 

Considera-se toda a complexidade da formação desse sujeito, tanto de forma interna, quanto externa. Busca-se um trabalho de autoconhecimento, visando a independência emocional, a autonomia, a criatividade. Compreendemos que o desenvolvimento integral do indivíduo ocorre por meio das vivências, das ações e da compreensão de todo o processo, alinhando, dessa forma, abordagens que contemplem o SENTIR – FAZER – PENSAR. Os Valores de efetividade, valorização das pessoas, criatividade, união (colaboração) e entusiasmo coadunam-se com os ensinamentos sobre Aprendizagem Profunda, os estudos da Inteligência Emocional, da Pedagogia Sistêmica, do Flow e da Criatividade, da Ludicidade, Movimento e Cultura da Infância, das experiências de cada indivíduo, dos estudos Cognitivos e das Neurociências. Buscamos o desenvolvimento de habilidades e competências concatenadas com a época atual, bem como olhamos para o futuro, para as demandas dessa sociedade altamente tecnológica, com um mercado de trabalho cada vez mais inovador. Juntamente com o desenvolvimento de habilidades, ressaltamos a motivação e o foco. 

O ALUNO DO FUTURO NECESSITA DE UMA ESCOLA “PARA” E “DO” FUTURO. 

O SER HUMANO INTEGRAL:

Partimos do pressuposto que, em ação conjunta, é preciso olhar para o aluno em suas diferentes fases de desenvolvimento, seus desejos, anseios, medos, sonhos, habilidades etc., e temos que fazer o mesmo com os educadores.

O sujeito que a sociedade espera que a escola forme deve ser, antes, vislumbrado na formação do profissional que, futuramente, será o responsável por esse trabalho. A sociedade espera a formação de um “sujeito integral”, que colabore para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

A formação humana integral foi concebida e vem sendo desenvolvida, dentro do contexto do mundo contemporâneo, partindo das necessidades próprias dessa época e apontando para o futuro e a construção de uma nova sociedade. Dessa maneira, destaca-se o desenvolvimento de um sujeito criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, proativo, antenado com as tecnologias e contextos digitais etc.

O DESENVOLVIMENTO DA PEDAGOGIA DA CONSCIÊNCIA

A Pedagogia da Consciência desenvolve o seu jeito de fazer educação estabelecendo um diálogo aberto e atento aos novos rumos das ciências educacionais. O aprender a conhecer também significa “desaprender” e “reaprender“. Com a certeza de que ninguém sabe tudo e de que o conhecimento é algo que está sempre em construção e em desenvolvimento, todos nós somos eternos aprendizes

COMO EDUCAR O SER HUMANO DO FUTURO? (AUTOCONHECIMENTO);

Nossa proposta visa favorecer múltiplas e ricas experiências formativas, de modo que cada indivíduo seja inspirado a continuar construindo o seu percurso formativo e fomentando novas mudanças em sua vida e no mundo. Partindo da compreensão do ser humano como um sujeito integral, pertencente a um contexto social, a um grupo familiar, a Equipe do Instituto Signativo desenvolveu estratégias e metodologias, com os professores, a fim de prepará-los para implementar projetos e inspirar práticas transformadoras relevantes. 

O processo de ensino e aprendizagem é complexo, apresenta um caráter dinâmico; necessitando, igualmente, de metodologias e de estratégias de intervenção pedagógica igualmente dinâmicas. São necessárias, também, ações direcionadas para que os estudantes desenvolvam os conhecimentos durante as atividades, a partir da relação com seus saberes prévios e, após, para terem condições de avançar na construção de novos conhecimentos, sem lacunas de aprendizagem. É preciso olhar para a realidade assim como ela é e, a partir dela, desenvolvermos nossas estratégias. 

A visão do ser humano integral deve estar associada a uma concepção de formação que, de fato, considere o “sentir – agir – pensar” dentro de um processo interligado, conectado entre os sujeitos envolvidos. Temos, na Pedagogia da Consciência,  um entrelaçamento dos atores. Não existem “barreiras” ou hierarquias nas relações, todos se modificam ao passo que as situações são vivenciadas de forma significativa.

O ser “significativo” é entendido de forma ampla, pois precisa fazer sentido para os educadores e, claro, para os estudantes. Desse modo, o sujeito em fase de aprendizado escolar é visto de maneira individualizada, e o professor deve disponibilizar inúmeras maneiras de interação e intervenção pedagógica no processo de ensino-aprendizagem. 

Aos estudantes, deve ser assegurada a oportunidade de terem um processo formativo customizado e adequado às suas reais necessidades; por outro lado, aos educadores, deve ser garantida  uma formação voltada para o autodesenvolvimento, a tal ponto que eles sejam capazes de mobilizar as melhores e mais efetivas estratégias, de forma a obterem os melhores resultados, conforme determinados objetivos educacionais. Além do mais, a segurança de, a todo e qualquer momento, poder ajustar rotas e definir novos planos de ação e intervenção pedagógica. Em “jornadas de aprendizagem”, o tempo e o ritmo de cada aluno são respeitados; e tudo isso respaldado por um planejamento adequado de desenvolvimento do ciclo de aprendizagem, conforme adotado pela escola ou sistema de ensino (ciclos, semestres, trimestres etc.)

O primeiro passo é o despertar da curiosidade. Professores e estudantes precisam ser curiosos, questionadores, pesquisadores, assim como um aventureiro em busca de um tesouro escondido. Um bom início é buscar compreender as coisas mais simples do cotidiano; esse exercício logo levará a pessoa a se questionar sobre questões mais profundas, mais complexas. Assim, a curiosidade será direcionada para promover um ambiente de pesquisas, em que todos estarão, de forma ativa, buscando, cada vez mais, conhecimentos sobre assuntos diversos, construindo seus itinerários formativos enquanto desenvolvem o gosto pelos estudos e pela pesquisa. 

Outra estratégia a ser empregada é o “apenas faça”. Parece algo solto; contudo, muitas vezes, o que atrapalha o desenvolvimento dos estudantes é o deixar de fazer, seja por frustração do ainda não saber, seja por preguiça, por desinteresse etc. Desse modo, um passo importante, ao aprender a conhecer, é ter uma atitude aberta à tentativa. Isso exige, também, um outro modo de olhar para o erro. Não há saber científico construído sem tentativa e erro; mas, a cada vez, aprende-se mais no processo. Se observado, estudado, compreendido, superado, o erro é um degrau importante na construção do conhecimento.

RELAÇÃO DOS ATORES NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM (PEDAGOGIA SISTÊMICA);

Através do olhar da Pedagogia Sistêmica compreendemos que os indivíduos não são divididos em repartições ou compartimentos: cognitivo, emocional, atitudes, valores, mas esses elementos, juntos e de forma indissociável, compõem cada um de nós. Do mesmo modo, os conhecimentos também não estão isolados, todos estão conectados, interligados.

O conhecimento é sistêmico. Compreendemos o indivíduo no mundo, pois, além das compreensões clássicas do ser político, histórico e social, temos a valorização das suas vivências e percepções efetivas. Dificuldades, conflitos, bloqueios, entre muitos outros, de ordem consciente e inconsciente, podem ser influenciados por fatores que fogem da análise do indivíduo. Esses fatores podem vir de outros membros da família, inclusive de gerações passadas.

Os saberes do Pensamento Sistêmico permitirão, aos docentes, perceberem a pessoa como indivíduo pertencente a um sistema com uma estrutura inter-relacionada, não como um sujeito isolado. 

A abordagem Sistêmica está baseada na inclusão. Todos têm um lugar. Será possível refletir quanto aos caminhos de intervenção do professor dentro do processo de ensino aprendizagem, pois ele olhará não somente o aluno, mas será capaz de perceber outros fatores que, à primeira vista, ficam ocultos. A utilização da abordagem Sistêmica no contexto escolar pode conduzir os alunos a alcançarem bons resultados no processo ensino aprendizagem.

NOSSO JEITO DE SER E DE FAZER: PEDAGOGIA DA CONSCIÊNCIA

Quem educa o educador integral? O que é preciso ter em sua formação? Que competências e habilidades são desejáveis que os educadores desenvolvam?

Tão importante e necessário quanto olhar para o aluno, o sujeito aprendente, é olharmos para quem é o responsável por formá-lo, aqueles profissionais que foram incumbidos dessa árdua missão. Trabalhar com a formação continuada e a capacitação dos educadores e demais profissionais da educação é fundamental, pois essa inspiração e transformação que sonhamos exige um compromisso real com a Educação, com os alunos, com a sociedade. Um educador precisa não só pensar certo, mas também fazer certo. 

A Pedagogia da Consciência busca a construção de um verdadeiro canal de comunicação com os diferentes integrantes do espaço escolar. Precisamos conversar com quem realmente está no “chão da escola”, no dia a dia, nos diferentes espaços, para, assim, falarmos “a mesma língua”. Principalmente com os educadores, por serem os profissionais que mantêm o coração da escola pulsando, a fim de que se sintam à vontade para se desenvolverem pessoal e profissionalmente, serem criativos, se tornarem o próprio exemplo na relação aluno/professor. 

DA TEORIA À SALA DE AULA: COMO EDUCAR OS EDUCADORES?

A busca de uma educação que faça sentido é o que nos inspira e nos move a arregaçar as mangas, a fim de, juntos, construirmos esse presente e esse futuro conforme nossos sonhos e ideais coletivos, contando com a colaboração efetiva, enriquecedora e indispensável de cada um e de todos.

O profissional da educação de hoje e do futuro precisa ter vivências profissionais e formativas dispostas e voltadas para os diferentes contextos, visando o desenvolvimento de competências que extrapolam os conteúdos curriculares, construídos numa concepção de intervenção pedagógica que preserve a autonomia, a autogestão, a criatividade dos estudantes. Quanto maior for o domínio das habilidades e competências dos profissionais da educação, mais autonomia desenvolverão na sua prática profissional. 

Devemos alinhar todas as teorias apresentadas à proposta de desenvolver uma formação, com os educadores, que permita-lhes, primeiro, VIVENCIAR essa nova forma de fazer educação e, segundo, por eles, de fato, experimentarem esse novo jeito, percebendo que é possível transformar nossas escolas em um ambiente vivo, acolhedor e rico de práticas significativas. 

Vislumbramos, na Pedagogia da Consciência, possibilidades de atuação e intervenção docente consonantes com a autonomia dos estudantes; olhando para a educação do futuro; considerando o uso das tecnologias em rede; da formação integral do ser humano e da educação autodirigida. 

Embora a proposta da Metodologia da Pedagogia da Consciência tenha como sujeitos os educadores, em todos os momentos, áreas do conhecimento e ações de formação, visamos não somente o desenvolvimento profissional do docente, mas, também, o público alvo desses profissionais: os educandos. Afinal, são os alunos, no dia a dia das escolas, que qualquer proposta educacional deve preservar; seja de forma direta (uma metodologia que será desenvolvida dentro das escolas regulares), como indireta (pela capacitação profissional dos educadores que estão cotidianamente nas escolas desenvolvendo esse trabalho).